VIDA EM CRISTO DE SÃO JOSÉ MARELLO (Segunda Parte)

VIDA EM CRISTO DE SÃO JOSÉ MARELLO  (II)

                                  

            Pe. Fiorenzo Cavallaro, OSJ



            4. O AMOR EMPÁTICO DO MARELLO

Jesus acolhia a todos e todos podiam aproximar deles. No Evangelho  o vemos sempre cercado, e aceitava sempre também a multidão. Saia estar com todos, como sabia escolher tempos de solidão para a oração. Estava sempre a disposição, sabia fazer-se entender, porque  falava com palavras simples; por isso todos os entendiam, o admiravam, e ficavam maravilhado dele. Aceitava também as disputas, nas quais se saia sempre vencedor; era sincero, reto, inflamado contra a hipocrisia. A nenhum, antes de encontrá-lo tinha pedido de preparar-se. Escolheu os apóstolos assim como eles eram, depois os transformou com amor e paciência.
São José Marello, amigo sincero desde a sua juventude,  esteve sempre a disposição de todos. Cuidou das amizades, sustentou, encorajou, ajudou com orações e sábios conselhos. Teve relacionamentos na cordialidade, na verdade, na bondade, na caridade, na acolhida, na descrição.  Foi um homem empático, ou seja, aberto, sensível, cordial, gentil, hospitaleiro, acolhedor, respeitoso, muito compreensivo. Ajudou, sobretudo, seus filhos espirituais, a permanecerem fiéis a Deus. Na direção espiritual não colocou as pessoas a serviço dos seus interesses ou visões pessoais. Propunha na liberdade, acompanhava “dentro do coração das pessoas”, estimulava continuamente, incentivava as pessoas, as ajudava a descobrir os projetos de Deus a sua vontade. Fazia isto com sabedoria, prudência e competência, sem manipular ninguém, mas na humildade. Teve cuidado para com fracos e com os pobres. Perto deles, esteve a vontade, dizia à Irmã Albertina Fasolis em 9 de fevereiro de 1887: “Quando somos louvados, fazer como quando nos oferecem flores com perfume muito fortes; não se rejeita, mas não se cheira”. E noutra ocasião não datada: “Quando somos louvados, dar uma risada e pensar que o Senhor vê no íntimo”. Pregando em Santa Chiara no domingo 13 de janeiro de 1889, dizia a propósito da humildade de Maria: “Sejamos sempre inimigos das honras, dos louvores, das lisonjas do mundo; deixemos que os mundanos entre eles se elevem, façam reverências, sejam coroados... nós contentemo-nos daquela estima mútua que temos um para com os outros e da bela caridade que todo nos une em estreito vínculo do divino amor e que nos deverá reunir todos, um dia, no céu”. Fugiu dos louvores, das adulações e das honras. Era enfim, um homem livre interiormente e exteriormente. Emanava um fascínio que atraia e amansava também as pessoas mais difíceis.
Dotado de uma compreensão inteligente sobre a cada problema e situação, compassivo para cada sofrimento e dificuldade alheia na qual sabia calar-se, por isso sensível e aberto, nos seus Escritos encontramos contínuos apelos, que espelham pelas suas atitudes e disposições melhores, à afabilidade, alegria,  amor, flexibilidade, benevolência, calma, compaixão, compreensão, condescendência, doçura, generosidade, gratidão, jubilo, mansidão, paciência, brandura, reconhecimento, desvelo.
Tinha facilidade para todas estas qualidades, porque tinha um caráter secundário: todo o acontecimento agradável ou não, tinha uma longa ressonância no seu coração. Tudo isto, era também o fruto de uma longa luta interior, porque se tendo também forte a guia a regra e da razão, que para ele eram princípios fundamentais, tinha o perigo de se tornar severo e duro, impulsivo, susceptível,  intolerante, por causa  do exercício exasperado da sua autoridade. Muitas e bem evidentes eram então as suas qualidades, que inculcava também na pregação e na direção espiritual. Os atos produzidos pelas suas qualidades e que abrilhantavam a sua alma era os frutos do Espírito Santo da vida do Marello segundo o Espírito.
Experimentamos ler e a meditar a pregação feita em Santa Chiara em domingo 20 de janeiro de 1889 sobre as Bodas de Cana (Jo 2,1-11) (Escritos – diário de Bice Graglia). Emerge toda a riqueza de sua alma e de seu coração.Não é uma lição de boas maneiras, mas de humanidade, de vida interior, de tudo o que o Espírito Santo consegue realizar com a colaboração do cristão. A homilia do Marello é uma página de riqueza humana e cristã, de tudo o que a alma de Maria podia ser, e que com alegria participa com Jesus a felicidades dos dois novos esposos, e ao mesmo tempo como está sempre pronta com Jesus a participar das aflições, e as dores de quem sofre. Maria se demonstra atenta, sensível, discreta, compreensiva, solícita, solidária, empática. Jesus e Maria participam das núpcias não com seriedade, austeridade e rigidez, como se fosse esta as qualidades da santidade,  mas com afabilidade e doçura, com doce caridade. Adapta-se aos gostos dos outros, participa da alegria dos convidados, diz o Marello, atentos a não colocá-los em dificuldades.
Admira a preocupação de Maria que sensível observa atentamente que todos os hospedes sejam servidos e que nada falta a ninguém. É atenção amorosa de Maria, imagem do cuidado espiritual que tem por nós, da atenção de quem segue continuamente as nossas almas. Pronta a enxergar as nossas necessidades para prover em tempo. A bondade de Maria é afável, discreta, condescendente. Aceita os gostos, a vontade alheia, participa na alegria, se alegra do banquete. A sua não é uma bondade exclusiva, dura, indiscreta, aquela mesma daqueles que queriam todos feitos sob medida deles, e não sabem adaptar-se aquilo que outros fazem ou dizem, fazendo pender a balança para a intolerância. A verdadeira santidade é doce, maleável, universal, variada.
Todavia Maria pessoa fina e delicada observadora, percebe que o vinho está acabando. Preocupada pelo embaraço dos esposos e querendo poupar eles de um mau momento, torna presente a Jesus a dificuldade. Maria não hesita pedir a Jesus um milagre bem sabendo que só serviria para contentar a gula dos convidados. Demonstra sábia. É preocupada de fato, unicamente pela confusão em que se encontram os esposos. Preocupa-se em ajudá-los e pede a Jesus um ato de sua onipotência. Expõe a necessidade dos esposos, não pede o milagre. É o que nós temos que fazer: Expor somente as nossas necessidades e misérias, deixando depois a Ele, agir como melhor achar para o nosso bem. Jesus lhe responde dizendo que ainda não tinha chegado à hora de fazer os milagres e revelar-se. Maria conhecendo bem o coração de Jesus convida os servos a se colocar às ordens dele. Estes obedecem e levam para a mesa um vinho gostoso e generoso. Jesus realiza o milagre com a ajuda dos servos. Está disposto a ajudá-los, mas quer que também a nossa reta intenção e o esforço em praticar a virtude. Jesus é respeitoso porque seria demais humilhante para nós se ele fizesse tudo e só fossemos robô, ou fossemos máquinas. Jesus quer santificar-nos com a nossa participação. Não quer forjar-nos sobre um único modelo. Cada um deve santificar-se segundo o próprio temperamento e caráter, segundo a índole natural particular; cada um no seu dever do próprio estado de vida seguindo impulso interior.
Para alcançar a santidade não precisa violentar os caráteres. Jesus nos deixa a plena liberdade de natureza. Qualquer que seja a índole ou caráter, cada um se santifica seguindo docilmente e com simplicidade as divinas inspirações. Como Jesus ordenou, de encher os jarros de água limpa que depois mudou em vinho, assim quer encher os nossos corações de água limpa e bons pensamentos, de retas intenções, para mudar de um vinho generoso a uma caridade ardente. Estes são os pensamentos de São José Marello.
Significativa também e eficaz é a pregação feita, sempre em Santa Chiara no domingo de Paixão, 07 de abril 1889. Guia e Mestra é Maria Santíssima, a Desolada a Rainha dos Mártires. A Igreja deseja diz o nosso Fundador, que consideremos o coração de Maria, espelho resplandecente no qual se reflete todos os afetos e todas as dores de Jesus. Maria é co-redentora junto a Jesus, coopera a nossa Redenção. Suavemente associada à Obra de Jesus, reúne no seu coração todas as dores de Jesus, as faz suas as dores, toma como que posse delas. Também nós diz o Marello, contemplando Maria, sabemos que devemos passar no meio de espinhos para alcançar o Paraíso.
Do Marello imagina e recria a cena do Calvário, contempla Maria aos pés da cruz, entre ano seu coração e procura descobrir os seus sentimentos. Maria amava Jesus e sofre em não poder tomar sobre si as dores do Filho. O ver sofrer sem poder minimamente aliviar a sua dor. Podemos imaginar o sofrimento deste coração sensibilíssimo de Maria, porque conhecia, por meio do velho Simeão, tudo o que o Filho teria que sofrer. Por isso, perto da cruz a imensa dor a absorve toda,  tornando-a como uma estátua de dor. Não devia dar a sua vida, ainda que a teria dado com alegria,  mas devia imolar a vida do Filho Jesus, onde se concentrava todo o seu amor e toda a sua vida, a amabilidade em pessoa o Santo de Deus. O contempla moribundo, e concentra em si todas as dores. O seu coração sangra dolorosamente e agoniza com Ele. Jesus vê o sofrimento de sua Mãe e, se dirigindo a João,  oferece à Mãe o Apóstolo como Filho  no seu lugar, para que não foque sozinha, sem  filhos. João ocupará o lugar de Jesus, primogênito de tantos filhos adotivos, redimidos e resgatados. Maria compreende a altura da missão materna que Jesus lhe confia, aperta seu peito todas as pessoas redimidas e dirige para João um doce olhar de amor maternal. Deus quis o consentimento de Maria quando devia tornar-se a Mãe de Jesus, o requer ainda na sua imolação. Maria nos acolheu a todos, nos amou com ardor e intensidade.
São José Marello ama Maria de forma especial aos pés da cruz de Jesus, porque ali ela manifesta todo o seu amor, a sua bondade, sua misericórdia, a sua compaixão com a humanidade. Ali está disposto abrir-lhe o coração com maior confiança, a manifestar os sofrimentos e as dúvidas, as apreensões. Ali Maria está pronta a abrandar as nossas dores, a levantar-nos e confortar-nos, a consolar-nos. Maria é Mãe amorosa perto dos filhos moribundos, guia, sustento das almas fracas, conselheira dos que duvidam. Sabe doar-se a todos porque Jesus a deixou para nós em testamento. À  imitação de João, diz o Marello, fiquemos sempre bem unidos a Maria, nossa dulcíssima Mãe, a Ela devotos e fiéis, escutamos, tornando-a Rainha dos nossos corações. Se estivermos muitas vezes em companhia de Maria e João aos pés da cruz,  se voltarmos muitas vezes a contemplar aquela cena de amor, a considerá-la com atenção, do Marello tem certeza que Maria nos acompanhará na vida, nos assistirá na morte, e nos introduzirá na total posse de Deus. Perguntamo-nos: - Tudo isto é possível? Para o Marello a resposta é positiva, afirmativa. Nestes sentimentos e atitudes interiores consiste o caráter do Evangelho, a força profética e subversiva do discurso da Montanha. Nessas atitudes,  tem aceitação dos princípios enunciados por Jesus, a concreta adesão da vida. Nas palavras do Marello a caridade se torna vida, comportamento concreto na variedade dos sentimentos e das situações humanas, a partir de Cristo e de que lhe esteve mais perto. Jesus e Maria  mostra que a nossa existência e a dos outros deve ser tomada seriamente. É a nova vida de Cristo, cheia de caridade na suas múltiplas facetas.
Nesta nova vida o nosso Fundador foi capaz, pela ação do Espírito Santo, de unir todas as capacidades na caridade: a respeitar, a honrar, a amar as pessoas com ternura, até os sentimentos mais íntimos e diferentes. Agindo assim experimentava a renovação, “o homem novo”, a novidade da vida em Cristo. Nesta direção o Marello sabe gastar toda a existência, a conformação a Cristo, a possibilidade dada a Cristo de revelar-se, de exprimir-se ricamente dentro dele. Ninguém está excluído. Mas esta sua audácia amadureceu na fé. Um caminho de fé que comporta um início e um progresso, que conhece quedas e ressurreições, avanços e recuos. É um relacionamento que realizou gradativamente no decurso de sua vida, pois de outro jeito os seus filhos espirituais teriam desanimado. A perfeição é um caminho o movimento que indica uma aproximação progressiva,  uma ação do Espírito Santo. Digamos que é uma possibilidade bela e grandiosa que Jesus oferece, e que nos Escritos do Marello aparece sob o mais variados aspectos. Olhando estes aspectos o seu conjunto como forças combinadas, como cores e sons nas mãos do artista, podemos contemplar uma obra prima: a imagem de Cristo. Dom Marello caminhou nas sendas do amor com entusiasmo e audaciosa paciência.  Isto foi possível a ele porque radicado na sua fé, na esperança, na caridade, na verdade, na oração. A fé em Deus Amor e no  homem, ainda que deturpado, foi para ele uma força secreta para alcançar os altos cumes do amor, mesmo sentindo-se frágil e fraco. Foi-lhe possível a experiência de amor porque se revestiu de Jesus Cristo (Ef 4,24), passou a vida revestindo-se de Cristo fazendo seu o modelo seu que é Cristo. Leiamos novamente com atenção e calma os conselhos que ele deu à Irmã Albertina Fasolis nos anos 1881 a 1889 e veremos que transborda humanidade, valores profundamente humanos; neles têm “um homem realizado”. Nosso Fundador queria de si e dos seus filhos espirituais um coração generoso, grande, cheio de doçura, digamos “empático”, procurou ter os seus sentimentos, ser eco das suas palavras, preferindo àqueles que Cristo preferiu, a semear os seus gestos no mundo. Utilizando as palavras de Paulo, em Cristo o Marello existia, se movia e respirava (At 17,28). Ele foi luz, calor e força aos outros, com sua presença. O amor verdadeiro do Marello, é impensável sem Cristo, sem a Páscoa, isto é  sem a cruz e ressurreição, sem a morte e a vida. O confirma a experiência de Maria aos pés da cruz.  Daquela dor Ela e o seu Filho trouxeram luz e salvação.
Toda a lição que vem de Maria, nas Núpcias de Cana e perto da cruz, em termos psicológicos modernos chama-se “empatia”, atitude que o Marello procurou fazer sua. É consciência do que é uma outra pessoa, capacidade de pôr-se no lugar da outra pessoa. Também nas mesmas correções São José Marello se esforçava para ser empático: “quando devemos corrigir alguém, por-se no lugar de quem a deve receber, comportar-se como irmão, mas do que superior; falar mais da virtude do que do vício” (Escritos - Conselhos a Ir. Albertina Fasolis). “Antes de falar avaliar bem as palavras e considerar o efeito que pode produzir. Pedir a Maria Santíssima a graça de um coração maternal. Ass mães não usam muito a superioridade, mas um grande coração. Quem é o superior deve ter um coração maternal, para com os seus dependentes; as mães costumam experimentar os remédios antes de dá-los  as crianças, e assim os bons superiores antes de fazer  uma correção devem pôr-se no lugar dos outros, e considerar bem qual efeito produziria sobre eles; deve o superior ser manso, doce, mais do que rigoroso e severo”. (Escritos – Conselhos a Ir. Albertina Fasolis).
A empatia é a mais profunda da simpatia, pois esta olha mais o aspecto superficial do relacionamento. É co-participação, compaixão, ou seja, participação à experiência dos outros. É a lição que o santo aprende do Evangelho. De ser como Jesus desceu na direção da humanidade.
Dom Marello quando jovem, queria: fama, prestígio, glória, honra, carreira, afirmação, bens, poder, egoísmo, ambição. Jesus far-lhe-á uma proposta ao contrário: Viver, revelar o amor de Deus. Assim inicia a sua caminhada, tecendo os seus dias normais, densos de amor. Como Jesus encontrou as pessoas, especialmente os doentes, os pobres, os pecadores. O Marello “sentiu” o coração de Cristo. Esta foi a sua dedicação, responsabilidade, evangelização, santidade.
A pessoa empática é livre e muito próxima; pensa em agir nas direções das pessoas que ama. Preocupa-se com aquilo que a outra pessoa diz, vive, sente e pode. Hoje fala-se muito de tolerância, mas a empatia vai além até mesmo da cordialidade. Não é fácil fazer próprios os olhos dos outros, compreender as exigências dos outros, como Maria  em Cana da Galiléia e aos pés da cruz. Isto não quer dizer compartilhar os pensamentos e as opiniões dos outros,  renunciando ao modo pessoal de ver e de julgar, mas simplesmente aceitar, acolher a pessoa, compreendê-la na sua situação, compartilhar a sua interioridade, sem preconceitos, sem filtrá-la pessoalmente. Empatia é mergulho na outra pessoa. A isto segue a ajuda oferecida da direção do verdadeiro conhecimento de si e do crescimento. Precisa confiança nas possibilidades da outra pessoa, na liberdade, comunicação que traz para fora aquilo eu está dentro: alegrias, sofrimentos, dúvidas, medos, ideais, valores. A pessoa empática sabe fazer contato.  O Marello foi uma pessoa empática no dizer de todos, mesmo que ninguém utilizou este termo da psicologia.  Foi um verdadeiro amigo, um confessor e diretor espiritual precioso. Por quê? Porque soube amar, viveu à disposição sempre dos outros  e sempre com a intenção de ajudá-los,  como iniciou a fazer com os amigos do seminário, que eram queridos para ele, importantes, merecedores de estima. Seja durante a vida de seminário, seja depois entre os sacerdotes, o povo, os Oblatos, a sua presença foi viva, ardente, amável, dava vida!
Encanta um aspecto que emerge, sobretudo nas Cartas Juvenis dos primeiros anos de sacerdócio: tinha um verdadeiro e vivo interesse pelo mundo interior dos outros, sem algum proveito próprio.  Com os Oblatos o relacionamento era especialíssimo: muito próximo, enriquecedor, íntimo. Em data de 03 de fevereiro de 1889 antes de partir para Roma falando do vínculo da caridade em particular da Comunhão, diz: “Os irmãos estão reunidos por vínculos estreitos porque nas veias deles corre o mesmo sangue, tendo em comum o pai, a mãe, a família, a casa, a mesa, mas estes são somente vínculos materiais. Nós, porém somos unidos por vínculos mais estreitos ainda, sendo o nosso vínculo de união sobrenatural e divino: Jesus. Na santa Comunhão Jesus nos faz todos irmãos no seu preciocissimo sangue que comunica contemporaneamente a cada um de nós nutrindo-nos todos do seu mesmo corpo.  Deveríamos por isso ter em comum as alegrias e as dores, as esperanças e as aspirações, viver todos num só coração e numa só alma: a alma de Jesus. Nós ainda somos ainda mais estreitamente unidos porque temos o vínculo da vida em comum numa só família espiritual”. (Escritos – Diário de Bice Graglia) Agradecendo os votos onomásticos, assim escrevia a Dom Cortona de Acqui em 20 de março de 1891: “Chegaram a mim em ocasião do meu onomástico muitas promessas de orações e de ajuda espiritual. Destas ofertas caridosas creio que seja partícipes os queridos Oblatos como de uma riqueza a qual eles tem direito.Do mesmo jeito que eu comunico tudo que está em mim os filhos de São José me comunicarão tudo o que está neles; e cada um poderá dizer: omnia mea vestra sunt et vestra mea ( tudo que é meu é vosso e tudo que é vosso é meu) segundo o voto de Jesus, que os seus discípulos  sint consummati in unum”( para que sejam um).
Como confessor e diretor espiritual educou à empatia. Basta ler todos os ensinamentos sobre o amor, caridade, mansidão, doçura, humildade e outras virtudes que dão o jeito humano e cristão às múltiplas relações de cada dia. A experiência nos diz que as relações quotidianas com os outros não são fáceis, mas exigem um grande empenho, e muita carga interior. Então, nem ao Marello era fácil educar a empatia como comportamento habitual, a ponto de se tornar costume, virtudes. Sabemos que o diálogo é uma necessidade da pessoa e é um caminho aberto à empatia. Mas, não é fácil dialogar, porque não é fácil acolher e compreender uma pessoa, penetrar na sua experiência, nas suas dificuldades, nos seus sentimentos, antes ainda de pensar qual ajuda oferecer ou de pensar a qualquer tipo de avaliação.
Era sabedor que a pessoa muda por dentro, tomando consciência do positivo que ele tem e das riquezas dos outros, educando-se e educando à “hospitalidade”.


5. A REALIZAÇÃO

 São José Marello foi uma pessoa atenta, silenciosa, recolhida, para captar o sinal de Deus, à vontade de Deus, também por meio de São José. Como sempre de um acontecimento particular sabe extrair para os seus filhos um ensinamento profundo de vida espiritual, e mesmo de longe, continua formando, exercitando a sua paternidade. “A obra, as dívidas, a Providência!!! três palavras de grande significado que trazem à mente as três grandes considerações nem sempre em perfeita harmonia entre elas. A primeira  e a última com um reforço da fé,  de certa forma conseguimos juntá-las, mas aquela do meio muitas vezes não tem jeito de fazê-la entrar no eixo. Vamos resumir. Se o trabalho projetado não absorve que poucas mil liras, avante. Mas se ao contrário, na ponta do lápis, aparece uma quantia pouco menor da herança Gaspardone, paremos um instante e esperamos que São José nos faça sentir a sua voz. Nós estamos no seu lindo mês; Pe. Cortona prega as suas glórias: os irmãos de toda a casa invocam com corações unidos a sua proteção: Ir. Estevão lhe oferece em homenagem as suas tribulações e Ir. Máximo, se Ele em nome de Deus o pede, também o sacrifício – doloroso  e ao mesmo tempo glorioso – da sua vida. Digamos ao nosso grande Patriarca: Eis-nos todos para ti, e tu sejas todo para nós”. “Indica-nos, José, o caminho, sustenta-nos a cada passo, conduze-nos para onde a Divina Providência quer que cheguemos”.“Seja comprido ou curto, bom ou mau o caminho, enxergue-se ou não a meta com a vista humana, devagar ou depressa, contigo José, estamos certos de que sempre caminhamos bem”. (C 208). Procurou sempre esta vontade, em cada situação, em particular no ato da fundação da Congregação, e respondeu abandonando-se nela como uma criança  pertinho dos pais ou nos braços da mãe (C 23). Podemos afirmar que literalmente repousou nos braços da Previdência continuamente invocada e nos braços da vontade de Deus atento ao “sinal”, “à voz” levou a termo fielmente o que o Senhor lhe pediu do Santuário da Misericórdia de Savona, ao Santuário da Misericórdia de Savona.
  Pregando os Exercícios espirituais às Irmãs do Instituto Milliavacca, exclamava: “Como o Senhor foi obediente”. E depois se dirigindo a São José: “Tu, ó São José que foste tão humilde e tivesse a sorte de viver em companhia de Jesus, observando tudo aquilo que Ele fazia fala ao coração e faz-me aprender tudo da vida de Jesus tão santa e tão por ti limitada”. Ideal claro, programa de perfeição também claro, estratégias, tempos e meios escolhidos com sagacidade na oração, no exame de consciência, na confissão, na direção espiritual e nos conselhos. Percebemos tudo isto claramente na sua vida: depois da crise abre-se a inteligência, já capaz de análise e síntese; a fé se torna pessoal e interior, e Cristo torna-se a sua lei moral o seu ideal e modelo. Vive estes valores, seja como estudante como sacerdote, em amizades escolhidas, cresce aberto à Igreja, ao social, com um jeito de se expressar por vezes radical e militar, corajoso. Sobre, reza, ama, medita, controla-se, faz-projetos, observa, admira, exalta-se, se deixa guiar. Já adulto abre-se a todos os problemas da Igreja e da sociedade. Sente e vive os problemas, para os quais oferece a vida no silêncio, na humildade, na caridade de Cristo. É o projeto Oblato no estilo de São José. Não percebemos nos Escritos dúvidas, re-pensamentos, saudades, como volta do passado, ou como fraqueza psicológica. A sua personalidade era marcada pelo e  no relacionamento com Cristo. Também do Marello podemos dizer que era em Cristo e Cristo era nele (Rm 8,15; 2Cor 5,17; Gl 2,20): “As pessoas do mundo fazem votos de muitos anos de vida:o nosso augurio seja aquele de viver em Jesus Cristo, sim, vivamos Nele, e com Ele”. (Escritos – diário Albertina Gasolis).  
Marello preocupa-se da qualidade e não da quantidade. Sua experiência cristã transcendia a comum consciência cristã que nada sabe de tais abismos. Experimentava claramente na vida o que o cristão conhece somente na escuridão da fé. A experiência idêntica, como a consciência, a diferença está no grau. A nós interessa o jeito como o Marello viveu, como se comporto  ele que de verdade acreditava no relacionamento com Deus.
Pelo seu temperamento o eco do passado era forte e prolongado no Marello, todavia, sabia absorvê-lo de forma positiva no plano de Deus; à luz da fé, de tudo isso  extraia preciosas lições para si e para os outros, mas olhava predominantemente ao presente e colocava o futuro nas mãos de Deus e sob o patrocínio de São José. Sabia aquilo que devia ser, pedia a Deus aquilo que devia fazer. Todas as suas escolhas, era a linha da vocação e dos programas juvenis. Os ideais, depois de Turim, ficaram sempre claros na sua mente, o Senhor lhe indicou cada vez o caminho que conduzia à realização. O caminho principal de sua vida espiritual, a imitação de Cristo, tomando como inspiração São José, o guiou à realização, à perfeição. Ele também, como Paulo, combateu o bom combate, e conservou a fé (2Tm 4,7). Por isso, sua vida foi serena fecunda, sem angustias nem tensões, mesmo singrando mares turbulentos e agitados, quais foram, sobretudo os últimos anos de sua vida. Todos diziam: é um santo. O que realmente queriam dizer? Exatamente isto: “Como se assemelha a Jesus!”, porque a sua vida foi um “sim” sincero e contínuo ao Senhor Jesus; em Turim entregou-lhe as rédeas de sua vida.
Se Cristo é caminho ao Pai, São José Marello mostrou claramente este caminho também para nós seus filhos espirituais.  Todos os santos mostraram este caminho por meio de diferentes espiritualidades, que o nosso Fundador conhecia e a quem atingia. Depois Maria e José tomou conhecimento das diferentes espiritualidade, todavia, sua alma encontrou um estilo espiritual próprio, e original,  no exemplo de São José, na imitação daquele grande modelo de vida espiritual. Tomou inspiração também de Santo Inácio, de           Santa Tereza d´ Avila, São Francisco de Sales, São Felipe Néri, Santo Afonso e outros santos.
Foi aquilo que devia ser segundo o projeto de Deus, um santo a sociedade e da Igreja do seu tempo,  cumprindo a missão a ele confiada pelo Senhor, reconhecida e aprovada pelos superiores não avaliemos o Marello pelas obras, e pela programação delas, porque seria trair profundamente a sua espiritualidade que olha o interior e não o exterior, o pequeno e não o grande a intensidade e não a grandeza da ação humana, o comum  habitual e não o espetáculo olha o ser e não o fazer. Quis simplesmente ser um cristão verdadeiro, um sacerdote autêntico,  não para si , mas para o mundo. Compreendeu que a santidade é relação, se de verdade é a imitação de Cristo. Imitar Cristo é imitar também a sua missão. Como Jesus caminhando na Palestina, o Marello como jovem sacerdote – secretário – caminhando pela Diocese e fora dela, viu, escutou, percebeu: ele passou como Cristo. Se fez sal,  fermento, luz, escondido debaixo da terra fermentou. Tudo tomado por Jesus, terminou para ser totalmente tomado pelos outros. Quis ao seu redor, pessoas também disponíveis para Jesus, como São José: tomados e devorados pelo zelo por Cristo, pela sua Igreja. Homens oferecidos, Oblatos, com o coração de Jesus. O seu preparo cultural, filosófico e teológico a vidas dos santos, o livro de história e cultura, sobretudo religiosa, o ajudaram a colocar a sua vida interior conscientemente no horizonte cristão e civil como digno filho da Igreja e da sociedade. Leu as vidas dos santos porque neles triunfa a vida de Cristo. A graça, a vida divina, revela-se neles de um jeito humano próximo a nós; os santos triunfam sobre as dificuldades que nós conhecemos, indicam os esforços a serem cumpridos mostram-nos os sofrimentos e as alegrias. Neles se esparrama a riqueza de Cristo sempre nova, o Evangelho em foco. Os exemplos possuem um forte atrativo, o influxo que provém da leitura da vida dos santos pode ser decisivo. Prova disso a insistência do Marello com os amigos. É um fato que através da vida dos santos o Marello aprendeu a ler o livro mesmo de Cristo que é o Evangelho, com fé e perseverança.
Os primeiros modelos que o guiaram a Cristo permanecem Maria e José, que, mesmo de forma diferente pelo papel desenvolvido no mistério da encarnação, se projetaram totalmente em Cristo, tornando-se assim, os exemplos mais altos de um autêntico seguimento de Cristo. E, como bom pai, enquanto percorria a estrada de Maria e José, a apontou aos seus filhos espirituais, dando-lhes as mãos como as crianças. Assim, dizia no domingo 7 de setembro de 1884, numa pregação às Irmãs do Instituto Milliavacca: “Supliquemos a Maria que nos ensine a servir o Senhor e imitemo-la. Maria SSma. é também nossa mãe: que confiança devemos ter n’Ela! Pensemos! Se tanto amor têm as mães terrenas por sua prole, que amor não terá por nós Maria SSma., que foi destina por Deus a ser nossa Mae? Portanto, confiança plena em Maria, e procuremos merecer a sua proteção prestando-lhe os nossos obséquios filiais”.(Escritos – diário a Albertina Fasolis).
Em 15 de março de 1889 dava este consleho a Bice Graglia:“Recomendemo-nos ao glorioso São José, guia e mestre da vida espiritual, sublime modelo de vida interior e escondida”.(Escritos – conselhos  a Bice Graglia). São José guardou e protegeu Jesus criança e lhe fez as vezes de pai por trinta anos, guardando a sua humanidade santíssima, dispenseiro da Sagrada Família: são algumas das expressões que o Marello usava para pontualizar São José. Ningue´m melhor que ele, depois de Maria , conheceu, amou, imitou Jesus.

6. A MATURIDADE.

 Devido a constante luta interior e também por uma disposição caracterial, conseguia dominar sentimentos e paixões. Era maduro, dono de si, interiormente harmônico, porque conseguiu desenvolver de maneira adequada e sincronica todos os aspectos da sua personalidade. Também ao Marello homem maduro era apropriada as palavras que escria nas “Confissões” em 21 de janeiro de 1868: “Oh qual grande vitória seria se eu tivesse  coragem de combater deveras as ridículas pretensões do amor própril. É um espetáculo digno dos homens e dos anjos. A pessoa que em todas as circunstãncia é dona de si mesma. Mas eu  sem perceber já tracei um plano geral de conduta seguido qual palmilharei o caminho da perfeição. Não deixar aparecer um pensmaento na mente que não seja revisto pela consciência e depois escolhida uma ação por em prática o adagio: age quod agis (faça bem o que está fazendo), eis as bases daminha conduta: sufocar as tendências desordenadas das potências inferiores, fazer  de forma que a vontade seja dona de si mesma a cada momento. Assim, a vontade capaz do seu dever, será ela a guardiã fiel de todas as nossas ações e dirigirá com eficácia o a economia de todas as nossas humanas funções. Oh Deus! Ajuda-me enderço racional da mente., freio do coração. (Escritos – Confissões). Os documentos juvenis não apresentam, inteligente, racional, reflexivo, sábio, pessoa de vontade, tenaz. Não era com certeza um tipo institntivo ou automático nas ações e reações, mas podnerado e prudente. Sabia ver e prever, e isto o colocava muito perto de Deus do ponto de vista do qual observava o jogo da vida, a sua mesma vida. Previa para si e para os outros, era dono da sua ação e reação; não tinha medo da maturidade, mas trabalhava com entusiasmo, como testemunho nas cartas juvenis.
Conhece bem o entusiasmo juvenil como ele termina porque conhece a formação do caráter. Esclarece o tipo de vontade e de fé que se propõem: fé inabalável e vontade perseverante nnão efemera; fixar a meta e olhar para lá sempre. São estes os conceitos que expõe ao amigo Delaude: “O entusiasmo juvenil, como o éter quando debaixo em vaso aberto, "volatiliza-se"e se perde. Não devemos confundir a vontade passageira e, por isso, insuficiente com a vontade permanente, portanto eficaz. Quem não é firme nas convicções será sempre fraco e incapaz. É preciso crer sempre, com equilíbrio, inteligência e firmeza. As grandes inteligências de nada valem. Os grandes caracteres é que abalam o mundo”.( C 10).
Sabia entusiasmar-se e entusiasmar, permanecendo, porém  sempre firme de uma maneira uniforme, lógica e tenaz nas suas convicções, exaltando-se também nos ideais, olhando e apontando diretamente à meta pré-fixada (C 10). Quando se tornava necessário, elogiava e encorajava os amigos, sustentando-os com a oração e o conselho,  unindo-os em comunhão de intentos no plano  humano e espiritual em vista do sacerdócio e da perfeição. Clara e lúcida era a sua oposição aos inimigos da Igreja,  mesmo compreendendo as pessoas; compreensão que com o passar dos anos torna-se pacata e serena, de um ponto de vista sempre mais sobrenatural. Era firme e sincero para com todos, a começar de seu pai.sabia sempre,  com dissemos controlar as suas reações conservando sempre a igualdade de espírito, uma santa indiferença, doçura, calma, mansidão, serenidade em todas as circunstâncias. Estas atitudes era os frutos melhores da sua colaboração com o Espírito Santo, que o mantinha recolhido, com a alma abandonada na vontade de Deus, ao qual o Marello dizia: “ Hoje farei aquilo que Vós quereis, meu Deus, e amanhã também, no tempo e do jeito e nas circunstanciais nas quais me queirais”. (Escritos – diário Bice Graglia). Aconselhava esta oração a Bice Graglia em data de 22 de março de 1889: Sabemos em quais problemas e dificuldades estava metido e conhecemos a dor e a angustia da sua alma pela saída de Asti e dos seus filhos. Escrevia em 1868: “Crer esperar amar: eis a vida; a dúvida obscurece a inteligência, corrompe os afetos, no faz sentir o peso de nós mesmos; a fé ilumina a mente, purifica o coração  nos torna felizes. A indiferença é uma sombra terrível debaixo da qual só cresce a erva daninha do vício; a esperança é o orvalho  fecundo que faz germinar as mais belas flores das virtudes” (Escritos). Tinha 24 anos e as idéias muito claras. Nessas palavras tem os valores fundamentais: um horizonte, uma chegada que supera a vida, a sociedade, a história. Ai tem a pessoa com os seus valores perenes, empurrada por eles, a necessidade de abrir-se como dom, a comunidade, a cultura, o empenho, a salvação que vem do alto. Este era o projeto educativo do Marello, bem presente aos seus olhos. Nos valores colocava a si mesmo e os seus filhos espirituais de forma autônoma e consciente, O Marello  manifesta ter uma concepção pessoal da história, da pessoa, uma teologia, uma teoria dos valores, enfim um projeto, um programa. Não educava simplesmente a viver de forma correta com os outros, a comportar-se bem conforme a ocasião e as circunstâncias. Unificava o projeto clareando os seus fins, propondo meios e metodologias. Ainda jovem  ele tinha encetado em um caminho íntimo e profundo de adesão a Cristo e acolhia os imperativos dos seus programas pondo coerência no seu modo de ser e agir, e isto eliminava tudo aquilo que emperrava o seu encontro com Deus, com Cristo. Este encontro por um lado o colocava em atitude de paz, serenidade, e alegria, já lembrados, por outro o libertava do desânimo, da tristeza,  de todas as formas egocêntricas de amor, da falta de um bom olhar, acolhedor, otimista para tudo aquilo que acontece. Tudo isto o tornava uma verdadeira testemunha da experiência de Cristo. Na direção espiritual e nas pregações, por isso, se tornava fascinante porque não jogava fora palavras, idéias, desejos, emoções, discursos concernentes a Deus,  mas propunha uma presença viva de Cristo, um Cristo “a ser visto”: era uma pessoa sólida. As pessoas mas do que escutá-lo, viviam nele a estabilidade de rocha que resiste e permanece firme nas dificuldades da vida, em ocasião dos duros golpes que conheceu, a instabilidade do navio que atravessa o mar, em tempestade (basta reler a pregação em Santa Chiara do domingo 03/02/1889 sobre a tempestade acalmada, antes de partir para Roma) que conseguem manter a rota e alcançar o porto desejado: “Unamos a nossa frágil barqueta à nave solidíssima da Igreja que é guiada pelo capitão Jesus Cristo, e conservemo-nos bem unidos a ela: depois, não temamos mais nada de ninguém, porque Jesus, que ordena aos ventos e ao mar, certamente não nos deixará perecer, malgrado a nossa fraqueza e inexperiência”  (Escritos – diário  Bice Graglia – 1889).  Com Cristo se vence , nunca se perde, também quando somos frágeis e fracos, aliás, justamente neste momento, se confiamos e nos abandonamos com fé em Jesus, o poder de Jesus vem em realce.
A Bice Graglia em 06 de abril de 1888 aconselhava nos momentos  em que somos tomados pela ira e o demônio insinua-se para fazermos cair de recomendarmos ao Senhor e de “submeter o coração à razão e a razão à santa vontade de Deus. A razão deve predominar sempre, mas sobretudo nestes momentos” (Escritos – diário  Bice Graglia – 1888). E traz o exemplo da família em que os filhos são obedientes ao pai que ás vezes, deve severamente chamar a atenção às desobediências dos filhos; os filhos por sua vez, conhecendo a severidade do pai  no futuro se absterão não só das desobediências graves, mas também das pequenas.  Assim, as faculdades submetidas à razão, poderão adquirir aos poucos, com a repetição dos atos, o costume e a disciplina e não se revoltarão mais com tanta facilidade. Com a ajuda de Deus, diz se nele confiarmos ou invocarmos, o Senhor nos ajudará  e a razão voltará a dominar. Sabe que a ira enfraquece  e torna quase impotente a razão. Em 12 de janeiro de 1889 voltava sobre o mesmo conselho. “A nossa vontade é tão firme que infelizmente nunca quer dobrar-se do lado o amor próprio resiste; precisa fazer violência a si mesmo e dobrar-se sempre suavemente do lado do Senhor. Precisa tornar-nos dono da nossa vontade, desapegar-nos do nosso julgamento, da nossa opinião, do nosso amor próprio, para querer aquilo que o Senhor quer nas várias circunstanciais e contrariedades da vida” (Escritos – conselhos  Bice Graglia – 1889).São dois conselhos significativos. São José Marello demonstra-se sábio e prudente, delicado conhecedor da alma humana e de todos os seus coeficientes. A ele interessa que a jovem Bice Graglia caminhe na via da perfeição que tem como meta a santidade, a maturidade plena do homem e da mulher. Parece dizer-lhe: Seja mulher! Beatriz é uma pessoa, não uma árvore que resiste com toda a sua força o vento e nem é uma menininha. Deve agir conscientemente em plena liberdade, para ir ao encontro à meta que é à vontade de Deus. De fato, São José Marello lhe aconselha o predomínio da razão,  sobretudo quando somos tomados pela ira ou por coisas que repugnam, mas especifica que esta última deve submeter-se a vontade de Deus. Foi um homem rico de sentimentos e de paixões, mas o aspecto mais no interessa é o domínio,  a controle das suas ações. Seja na alegria, seja no entusiasmo, seja no desdenho, foi equilibrado, controlado, dominou as suas reações. A riqueza dos seus ensinamentos nos restitui a figura de um educador quer no plano espiritual, quer humano. Educou os filhos espirituais à calma, ao controle, à humanidade é enaltecida pela graça. Tinha a qualidade da inteligência  que se chama prudência. Exatamente este dobrar do lado de Deus suavemente o tornava calmo e sereno ou aconselha também a Bice. Desapegar-nos dos nossos pontos de vista – diz e instalar-nos naquele do Senhor. Bice é jovem, para os jovens é fácil às paixões terem supremacia em cima da razão. Os jovens além disso carecem de experiência. Prudência e controle devem ser construídos, até a maturidade. Quando aconselhava  o domínio de si é espontâneo voltar aos anos de Turim, anos de luta,  voltada para o domínio de si. Percebe-se isso, quando aconselha “fazer violência  a nós mesmos”, o que ainda ele faz. Fala dessa maneira porque sabe que o homem é livre, não um peão, mas dono do seu destino. Às vezes, porém, se deixa dominar pelas suas paixões, que deve continuamente manter no cabresto. Por isso, nisto o Marello parece inflexível,  aconselha “a violência”, ou seja, toda a energia de vida, nenhum ternura quando está em jogo a nossa humanidade. Dom Marello não aceita imaturidade,  que fecha a possibilidade da perfeição.  Não pode caminhar no caminho da perfeição quem não sabe cuidar de si mesmo, manter a ordem e harmonia nas suas coisas. Onde tem harmonia pode-se falar de crescimento, de personalidade sólida e firme. É uma luta difícil, que aparece todas às vezes, em que o Marello fala das paixões, a começar dos documentos programáticos escritos nos anos da teologia, mas também já como sacerdote e diretor espiritual. A sua posição é aquela de Paulo. Os inimigos “não estão em nós”, mas “não são de nós”. “Invoquemos o Espírito Santo e depois façamos de tudo para rechaçar estes movimentos do coração”. (Escritos – conselhos Bice Graglia 1889). “A concupiscência e a ira ... estas duas paixões em si não são nem boas nem mas, porque pertence à nossa natureza: Se bem dirigidas, torna-se boas e fonte de merecimentos. (Ensinamentos – Instituto Milliavacca 1881). “Mas quando a paixão se agita e a mente atormentada, é fácil, que o demônio, se não de forma aberta, pelo menos de forma velada, começa insinuar-se no nosso coração. Por fim, entre e se estabelece como dono de nossa alma. Estejamos atentos, porque ele começa bem devagar...  (Escritos – diário Albertina Fasolis 1884). “Quando estamos mergulhados na tentação e o demônio quer a todo custo entrar em nossa alma... reunamos todas as nossas potências: a memória  para lembrar-nos dos benefícios de Deus, a inteligência, considerando a grande bondade de Deus a feiúra do pecado, a vontade para animar-nos à resistência e pôr-nos resolutamente e firmemente do lado de Deus”. (Escritos – diário Albertina Fasolis  1886). “Parece impossível, mas em certos momentos, todas as paixões, que parecia dormitar, acorda: a paixão dominante, levanta o seu estandarte da rebelião indo ao encontro do demônio e todas as outras paixãozinhas a seguem... esses momentos devemos invocar Jesus que nos fale  e  acalme com sua voz  poderoso o tumulto das nossas paixões” (Escritos – diário Albertina Fasolis 1886) “Quando aceitamos as nossas paixões e queremos tomar-nos algumas satisfações, então caímos nas mãos de mil tiranos... senão obedeceremos ao Senhor, que é tão bom, deveremos obedecer a outros donos cruéis e tiranos, quais o demônio, o mundo e as nossas paixões”. (Escritos – diário Albertina Fasolis 1886).
Inicialmente Marello aconselhava, seja a Bice Graglia, quanto na pregação, de cair suavemente do lado do Senhor. Esta atitude, não deve ser considerada  em contraste com a violência, que nos pede de exercitar contra as paixões. De fato, o Marello diz que  se as paixões se torna donos cruéis e tiranos que torna o homem escravo, por outro lado “o Senhor nos diz que o seu serviço é um jugo é um peso, e por isso, temos merecimento em carregá-lo; mas logo nos lembra que este seu jugo é suave que este peso é leve, ou seja, que o seu domínio é cheio de misericórdia e bondade”. (Escritos – diário Albertina Fasolis 1886).
Ao controle, ao domínio, ao senhorio de si mesmo, chega-se lentamente, como caminho de crescimento, um fato educativo, “certas paixãozinhas deve ser logo subjugadas, enquanto ainda são pequenas: são como cobrinhas que ainda podemos pisar com facilidade” (Escritos – diário Albertina Fasolis 1888). Nos parece de compreender pelas palavras do Marello, que as situações reais, concretas, em que nos encontramos a viver nem sempre são claras, e que portanto, a luta é encarniçada, porque não se trata de vencer ou destruir um inimigo exterior, trata-se de equilibrar as paixões, canalizá-las, endereçá-las ao bem. Não deve ser pisado o poder e as energias das paixões, mas precisa fazê-las trabalhar ao nosso favor. Escrevia Pe. Cortona em 07 de março de 1891: “Para fazer  o bem também as paixões ajudam; quando elas não dominam, e nos deixamos guiar pela razão ao serviço da qual nos as submetemos  com a graça do Senhor” (Carta 207). Precisa uma luta medida, severa e tenaz. Precisa contar com derrotas. Não devemos passar do lado do adversário, nem abandonar o terreno de luta. Com seus conselhos nos convida a combater pela nossa postura e a não renunciar aos sacrifícios que precisamos fazer para defendê-la, pela liberdade, porque sabe que quando nós não somos soberanos, também não somos pessoas, mas escravos. À luz de quanto foi dito, encontramos consonância palavras escritas de 21/01/68: “É um espetáculo digno dos homens e dos anjos a pessoa que em toda circunstância domina a si mesma” (Carta 207).
Percebemos seja nos conselhos como nas homilias, ele forme personalidades livres, e criativas, sólidas e harmônicas. Formou-se e forma, não à angustia, à intranqüilidade, ao medo, mas à alegria, à serenidade, à tranqüilidade de alma,  à liberdade interior, à mansidão, e em todas as circunstância da vida, espelhando-se  no modelo sublime que é São José. Esta é formação positiva e preventiva, que constrói, não conhece nem desanimo, nem desespero, muito menos repressão. Aquela de Dom Marello era uma pedagogia de promoção humano que se apoiava sobre a razão e o amor, no mesmo estilo de Dom Bosco.
Sabia, sobretudo, fazer silêncio e recolher-se interiormente. Conseguindo mergulhar,  também nas vicissitudes mais dolorosas de sua vida, nunca se deixou se arrastar pelo ódio ou vingança, mas sempre foi educado, compreensivo e caridoso. Verdadeiramente procurou imitar Jesus, manso e humilde de coração, submetendo-se sempre o coração à razão, e esta à vontade de Deus. “Ver todas as cosias à luz da fé”. (Escritos – conselhos Bice Graglia 1889). Também nisto o Marello demonstra-se compreensivo prudente, humano, quando diz a Bice Graglia em 16 de abril de 1888, “Façamos momento por momento a santa vontade de Deus, sigamos fielmente as pistas de Jesus, aceitemos todos os atos de virtudes que se apresenta por cumprir no  nosso caminho, com aquela serenidade de que  é capaz o nosso coração e não nos iludamos sobre o porvir, que não está em nosso poder. Vale mais o mínimo ato de virtude praticado no estado presente, do que mil e santos desejos e generosos projetos de uma santidade futura”. “Às vezes, queremos fazer coisas demais e até precedemos a graça do Senhor, daí encontrando-nos sozinhos e sem forças caímos”. Escritos – conselhos Bice –Graglia 1888).
A perfeição deve ser procurada nas ações e não nos desejos, não deve ser programada. “Busque sempre – diz  a (Escritos - conselhos Bice Graglia 1889) – a perfeição em todas as coisas, mesmo nas mínimas, e seja dócil, às inspirações do Espírito Santo, deixando-se guiar por Ele em todas as circunstâncias” . Seguiu, imitou, reproduziu o coração e os gestos de Jesus na concretude dos fatos diários de cada dia. A sua é uma santidade prática.
Era sensibilíssimo e tenro, rico de afeto, mas sempre equilibrado nas suas expressões. A calma, o domínio, o equilíbrio, transpareciam também na pregação e na direção espiritual, justamente  pela sua aderência  à realidade quotidiana, ao dever do próprio estado sem fugas para frente em santidade programada, existentes mas no desejo generoso do que na possibilidade real. Pensamentos neste sentido já foram citados. À Bice Graglia em 16 de abril de 1889 um sábio e prudente conselho “não queiramos então correr demais, mas sigamos passo a passo o bom Jesus . Ele quer conduzir as almas para as veredas a ele só conhecidas: se nós queremos correr demais, e passar na frente de Jesus e na frente de sua santa graça corremos o perigo de errar o caminho e não alcançar a meta: Deus quer dirigir ele mesmo nossos passos”. Somos diz o Marello discípulos que seguem e não Mestres. E o Senhor, o temos vistos, quer conduzirmos normalmente,  ordinariamente pela caminho do quotidiano, pois de outra forma, diz em seguida, corremos o risco de expor-nos imprudentemente aos perigos. Fazer de cabeça próprio quer dizer presumir de sermos fortes, bem defendidos, mas a vontade de Deus, os ensinamentos deixados por Jesus  são “aquela sábia e admirável guarda que nos põem ao seguro das surpresas e dos perigos e das seduções do demônio”. (Escritos – conselhos Bice Graglia 1888). “Muitas vezes o demônio pode tornar desordenados também os bons desejos e fazer nascer falsas ilusões; bem disseram os santos, que também a virtude pode ser desordenada”. (Escritos – conselhos Bice Graglia 1888).
São José Marello era sábio, prudente, equilibrado, concreto e esparramava ao seu redor estas suas atitudes que contribuíam  a dar-lhe muita serenidade e clama interior. Por isto, ninguém o viu tenso, preocupado, psicologicamente cansado, também nos momentos mais difíceis quando as  reações incontroladas podiam ter pelo menos uma explicação. Cristo era o marujo do seu barco, e o Marello sabia nas circunstâncias críticas retirar-se em si mesmo ou ajoelhar-se perante o Tabernáculo, ou mergulhar-se na Eucaristia. “O nosso Tabor é a santa Comunhão: aqui de verdade, gozamos, senão da vista, da presença de Jesus”. (Escritos – diário Albertina Fasolis 1887). “Jesus nos deu a si mesmo no santíssimo Sacramento permitindo-nos de recebê-lo cada dia.Ele nos dá as riquezas da terra, que consistem na paz da consciência, e aquelas do céu, que são as graças e o amor. Vendo a portinha do Tabernáculo sempre parece de ver a porta do céu”. (Escritos – diário Albertina Fasolis 1887).

Amadureceu mergulhando na essencialidade da simplicidade, do abandono,  da calma, da paz de Cristo. Olhou para dentro de si, refletiu, amou o silêncio,  recolhendo-se em Deus, para amar Deus. Simplicidade e  abandono para o Marello significavam  reduzir ao simples, aquilo que é complexo,  santa indiferença, liberdade da casca exterior, estar em si mesmo, em Cristo. Aqui ficava na calma e na tranqüilidade, encontrava o equilíbrio, o domínio de si, o controle,  daqui saia e retornava nos momentos  de descanso. Dava  este conselho a Bice Gralia em 12 de agosto de 1888: “Tenhamos continuamente o nosso coração fixo em Deus, e jamais nos apartemos desse doce abrigo; mas por vezes precisarmos, por dever, tratar com pessoas mundanas e entreter-nos em coisas indiferentes e terrenas, consintamos, também por sentimento de caridade, com os desejos dos outros, embora em oposição aos nossos. Formemos uma salinha no nosso coração, um bonito lugarzinho, onde Jesus possa sempre habitar, e onde possamos, mesmo em meio ao tumulto e às agitações do mundo, recolher-nos em Deus e fazer ali, de tanto em tanto, alguns retiros espirituais” (Escritos – conselhos Bice Graglia 1888).  E as suas decisões  não eram erradas porque vinham da vida profunda, meditadas  e ponderadas com Cristo, não pela fúria dos elementos exteriores ou pelas paixões humanas.
Era por isso, capaz  de acompanhar e de viver as amizades. Como Jesus, ajudava a crescer, renovava a confiança em si. Quem dele se aproximava notava que no Marello tem  um “algo a mais” que não encontra simplesmente uma pessoa boa ou muito boa. Existe um “algo mais”, quando o encontro renova o amor no produndo, o faz aumentar, tomar todo lugar que é seu;  quando  nos sentimos arrastados num espiral, sem algum perigo ou medo ao redor de um Outro.
Esta oração que  colocava nos bábios de Bice Gralia em 1 de fevereiro de 1889 era a sua oração, aquela que fazia frequentemente: “Senhor, eu vos prefiro a todas as grandezas, a todas as alegrias terrenas. Só vós haveis de bastar-me sobre esta terra e nos céus: sem vós pareceria que não tenho nada”.  É a compreensão do homem maduro a escolha feita em Turim, de um  homem experiente, provado por mil dificuldades, na espera das últimas provas mais  cruéis.

7. CONCLUSÃO
No final destas reflexões, que não pretenderam esgotar  um argumento tão grande e articulado, depois ter falado  muito de São José Marello, colocado em evidência além da espirtualidade, também a profunda sensibilidade,  citamos as anotações  que a mesma Bice Gralia escreveu no seu Diário espiritualm descrevendo a saudação a Dom Marello que partia para Acqui, para ingressar na Diocese é comovente a descrição dos estados da alma, sobretudo do Marello, e pelas frases cheias de pesar que usa a Graglia, percebemos claramente também a profunda dor pela perda de um guia espiritual experiente e iluminado, misturada à alegria de saber que muitas outras almas teriam recebidos os cuidados pastorais do novo Bispo Dom Marello.

15 de junho de 1889
Depois da última despedida. – O sacrifício está consumado! Recebemos do nosso bom Pai os últimos conselhos, as últimas lembranças, e trocamos entre nós a promessa de rezar sempre uns pelos outros, conservando-nos sempre unidos no Divino Coração de Jesus. Ele nos colocou a par de todo o bem que haveria de fazer em Àcqüi como Bispo, pedindo-nos que lhe deixássemos a liberdade de vir pescar nos nossos pobres tesouros espirituais.
Amanhã partirá o nosso Ven.mo Pai, que por cerca de seus anos guiou-nos com tanto zelo, caridade e sabedoria nos caminhos do Senhor. Quanto sofre o seu coração delicado e sensível por separar-se da sua família espiritual, dos seus filhos diletíssimos, que o circundavam de tanto amor e veneração; dos seus caros internados, das suas obras, para seguir a voz de Deus, que o quer Pastor da Diocese de Àcqüi! Ele sofre, mas está calmo, sereno, tranqüilo que parece um cordeiro. Deu-nos sua última bênção e separamo-nos dele com lágrimas nos olhos, mas com a paz no coração aflito.

17 de junho de 1889
Nosso bom Pai já pariu, deixando um imenso vazio na Casa de Santa Chiara, na nossa cidade e no coração de quantos o amavam. A separação foi muito dolorosa para todos. Fomos ainda ouvir a sua Missa e receber dele a Santa Comunhão. Seu aspecto grave e cheio de unção parecia inspirar naquele momento veneração ainda maior. O seu coração estava de tal forma amargurado e angustiado pela separação, que não pode conter as lágrimas durante todo o tempo da Missa e da Comunhão, encontrando-se pela última vez a celebrar como pai em meio a sua querida família. Todos estávamos profundamente comovidos. Depois da Santa Missa, recolheu-se no coreto para fazer a ação de graças e ouvimo-lo ainda a soluçar. A ponto de deixar a igreja, elevamos o olhar ao coreto e vimos a sua mão paterna que nos concedia a sua última bênção.
Não tivemos mais coragem de assistir à cena afligente do Ven.mo Bispo e Pai circundado pelos seus filhos, todos chorosos, que lhe beijavam a mão, enquanto ele, não conseguindo mais articular palavra, só com a abundantes lágrimas manifestava a desolação de seu ânimo.
Deus nos tirou o nosso santo Pai para dá-lo a uma outra população que o espera festiva e jubilosa, contente que o Senhor lhe tenha concedido um tal Pastor. Esperamos que saibam apreciá-lo, consolá-lo e compensá-lo do seu doloroso sacrifício.
O nosso olhar e o nosso coração estarão sempre voltados para Àqüi, donde esperamos ainda luz e conforto.
Deus seja sempre bendito e agradecido pelo grande dom a nós concedido, mesmo se por tão breve tempo.



Artigo publicado em MARELLIANUM, n. 47 julho – setembro 2003
Tradução Pe. Mario Guizoni, osj

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