SÃO JOSÉ NA CONGREGAÇÃO

Ano Marelliano
Artigo da Semana

SÃO JOSÉ NA CONGREGAÇÃO

Pe. Severino Dalmaso, osj



1.            São José nos foi dado pelo Fundador como guia no nosso caminho para Jesus e na nossa presença na Igreja.
Para nós Oblatos olhar a São José é mais que uma simples devoção a sua fisionomia peculiar deve informar a nossa vida e fazer-nos semelhante a Ele naquele tipo de espiritualidade genuína, feita de humildade, silêncio, operosidade, amor a Jesus  e a Maria.
Quando São José Marello instruiu os primeiros irmãos as virtudes próprias de São José, outra coisa não fazia que retratar a si mesmo. Como diz este texto que se encontra nas Brevi Memorie de Pe. Cortona: “O recolhimento de São José produzia na sua alma (de José Marello) uma página inalterável e tal tranqüilidade que conduzia todas as suas potências a calma mais perfeita. São José nunca se deixou abater pela tristeza, nem desanimou nas dificuldades, nem se deixou transportar demais pela alegria”. Falando assim de São José era fácil para os primeiros irmãos admirar no Fundador as mesmas virtudes que ele atribuía a São José.
Sabemos quais são as características espirituais da Congregação, que podem ser resumidas no abandono à Divina Providência, como São José que vivia na contínua escuta da palavra de Deus e na vida escondida na intimidade com Jesus. Estas virtudes tinham no Marello uma especificidade particular, pois eram vividas na escola de Maria e José na imitação das virtudes características da casa de Nazaré. Também nós as devemos então viver na escola de nosso modelo e pai, São José.

2.            Como vivia o Marello a sua devoção a São José com uma totalidade que nos deixa maravilhados, pois não a encontramos nos outros Santos: “Diremos ao nosso grande Patriarca: ei-nos todo para ti e tu sejas tudo para nós” . Esta totalidade sempre foi uma característica na história da Congregação, nas vicissitudes dos 125 anos da Congregação, quer nas bases como no vértice, na Itália ou no estrangeiro conservou-se sempre a até de forma bastante enraizada este marco Josefino. Este não deve ser perdido ao longo do caminho e nem deve afrouxar.

Uma outra característica da devoção de São José Marello a São José era a intimidade filial com que se dirigia a Ele e então a confiança que colocava nele em todos os momentos  da sua vida de Congregação. “Tu oh José mostra-nos o caminho, sustenta-nos a cada momento, conduze-nos onde a Divina Providencia quer que cheguemos”. Para ele,  São José era “guia e mestre da vida espiritual”; “Modelo inigualável de virtudes interiores escondidas”; “O nosso bom papai”; “O nosso Santo Patriarca”; “O primeiro na terra a cuidar dos interesses de Jesus”. E dizia: “Espelhemo-nos neste sublime modelo e aprendamos a mantermos calmos e serenos em todas as circunstancia da vida”.
A vida de São José foi um contínuo suceder-se de alegrias e aflições. Também na vida na Congregação dos seus 125 anos de existência  atravessou momentos de alegria e sofrimentos, mas São José se empenhou em protegê-la sempre. Já o Marello  numa carta de Acqui escrevia: “Seja comprido ou curto, bom ou mau o caminho, enxergue-se ou não a meta com a vista humana, devagar ou depressa, contigo José, estamos certos de que sempre caminhamos bem.”.

3. Assim São José entrou a fazer parte da vida da Congregação desde o seu começo, compreender isso é elemento primário e formativo da nossa perfeição, e não podemos fazer menos disso. Quando a Congregação estava em perigo pelas pretensões da Pequena Casa de Cottolengo de Turim, sobre a Santa Chiara, Dom Marello colocava a Congregação nas mãos de São José e dizia: “São José nos colocou em apuros, São José nos libertará dele”.
Com esta confiança em São José tranqüilizava os seus Oblatos. É fundamental este aspecto da confiança de São José na vida da Congregação. Na sua história quantas vezes isto foi verdadeiro! E porque não deveria também agora, quando a Congregação esta navegando nos primeiros anos do novo milênio? Depende de nós ter uma confiança como os primeiros Oblatos tinham sobre a autoridade e exemplo de nosso pai Fundador. São José, por decreto Divino ocupa um  lugar particular na ação Redentora do Salvador. Assim, nós devemos reservar um lugar privilegiado, na alma, no coração, no apostolado, para o nosso Patrono.
A Congregação, no decorrer do tempo, escreve a sua história, mas não pode e nem deve desligar-se deste espírito, que nos obriga a por em primeiro lugar, nosso caminho para Jesus, juntamente com Maria, São José. “Tu, José, que, depois da Bendita Virgem, foste o primeiro a apertar ao peito Jesus Redentor, seja nosso modelo em nosso ministério, que, como o teu, é um ministério de relação íntima com o Verbo Divino”. Escrevia  São Francisco de Sales em uma carta: “Nada encontro demais doce do que a imaginação de ver o Menino Jesus nos braços deste grande santo, chamando mil e mil vezes o seu pai. Com aquela linguagem infantil e com o coração filial e amoroso”.
Também para nós o amor a Jesus é facilitado, para assim dizer, por esta cena do Menino Jesus   nos braços de São José, ou de Jesus que trabalhava na carpintaria de Nazaré, sob o olhar de São José. Mas, para saborear esta cena torná-la vida, é necessário imitar pessoalmente e comunitariamente as virtudes próprias de São José.
Não é uma espiritualidade fácil a nossa, sobretudo neste tempo em que tudo é resolvido no barulho, na propaganda, na superficialidade, no individualismo. É uma contra partida que São José e o nosso Fundador quiseram, que caminhemos nos trilhos da humildade, da pobreza, da fé operosa, superando toda forma de adaptação ao mundo. Quem segue o espírito do mundo, fere a alma  da Congregação. Jesus disse: ”Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Maria Santíssima e São José foram os primeiros imitadores de Jesus e o nosso Fundador olhava eles para viver totalmente o seu serviço a Igreja. Com uma espiritualidade Josefina e Marelliana tão fecunda, se vivifica a Congregação que se torna luminosa e perfeita em proporção de quanto de nós sabemos  fazer a nossa e levá-la conosco em todo lugar.




Artigo publicado em Marellianum nº 48 – Outubro/ Dezembro 2003 – Reelaboração de um artigo, sem assinatura de Certosini e Apostoli de 1964.
Foi readaptado e reeditado em 16 de março de 2003.
Tradução Pe. Mario Guinzoni, osj

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